Fonoaudiologia
desenvolvimento infantil – idade de ouro – 0 – 2 anos
Idade de ouro – 0 a 2 anos
O ar expande os pulmões… O bebê chora…. Grita… E comunica ao mundo que veio para viver uma vida cheia de aventuras, fora do lugar confortável que era o ventre de sua mãe.
Sua primeira tarefa é se alimentar para sobreviver. Alimentando-se de preferência com leite materno aprende a coordenar os movimentos de sucção e respiração em sincronia com a deglutição, preparando-se para futura comunicação verbal oral e, desenvolvendo equilíbrio muscular para um bom crescimento crânio facial e oclusão oral. Ocorrendo uma alimentação via mamadeira, se necessário, o orifício do bico não deve ser alterado, não deve ser cortado ou aumentado de diâmetro. O primeiro sacrifício desse “serzinho” começa pela ordenha do peito da mãe ou mais facilmente, no bico da mamadeira.
No contato externo a interação mãe – bebê ocorre no contato visual e corporal, no aconchego e até nas curtas canções de ninar. A voz materna é essencial no relacionamento afetivo emocional e na aquisição – desenvolvimento da comunicação. Há vocalizações e diálogos vocais entre a mãe e o bebê, durante o banho e as trocas de fraldas… Mas não se iluda porque há muitos choros também que vão se diferenciando para comunicar a fome, o desconforto físico para ser trocado ou ser higienizado. Falar com o bebê nessa fase é ter poucas respostas verbais, mas sempre se terá respostas com movimentos de braços e pernas e expressões faciais que alegram a relação.
O que o bebê apreende dessa relação vai fazer uso para o tempo que viver. É tempo de rolar, sentar, engatinhar, manter-se em pé e caminhar. É tempo de sugar, deglutir e iniciar a mastigação e tudo em sincronia com a respiração. É tempo de cuidar da orelhinha (orgão que já nasce adulto), de desenvolver o comportamento auditivo e iniciar as primeiras palavras, palavras frases e mesmo arriscar musiquinhas e frases de duas palavras. Inicia também o controle do xixi e do cocô.
Sintam como é intensa essa fase do bebê. Sair da dependência total para a independência, para a proximidade com pais e núcleo familiar principal. Aqui cabe dizer que insistir em repetição de palavras que já falou, pedir beijos e abraços, sem que a criança se disponha a fazer não deve ser motivo de frustração para o adulto.
Raciocinem quantas rotas de aprendizagem o cérebro do bebê de zero a dois anos teve que criar para chegar até aí. Proteção à criança deve ser essencial para o seu crescimento e não para o seu impedimento.
Crescer dói, machuca, mas tem cura pelos cuidados e afeto de quem cuida.